Quantos amigos cabem num coração?
De quantos amigos
precisamos para nos certificar de que somos aceitos, validados validados no
nosso jeito de ser, compreendidos nas nossas manias, relevados nos nossos
achaques, queridos sem precisarmos usar disfarces, com a história real que
carregamos conosco?
Há quem diga que
amigos se contam nos dedos das mãos, há também quem os conte às dúzias. Não
modelos, régua ou balança que sirva para todos. Casa um vai amealhando amigos,
conforme os caminhos que percorreu ou resolve trilhar.
Há várias maneiras de
se adquirir amigos. Há aqueles que vêm conosco desde a infância, os que se unem
a nós na escola, os que se aproximam pela afinidade de algum hobby, que se
consolidam enfrentando juntos os desafios do trabalho e há até os que surgem em
decorrência de uma parceria de negócios...
Como chegam, não
importa. Definitivamente o que lhes faz serem distinguidos por nós dos demais
mortais é como ficam, como se fazem, como se fazem permanecer na nossa vida,
depois que chegam. Uma pessoa pode até ter chegado bem à nossa vida, mas só
consegue permanecer nela como amigo, depois de variadas demonstrações de afeto.
Para ser considerado amigo tem que se fazer presente nas celebrações da vida e
no alento às dores. Não importa quando nem como chegou, alguém so carimba o seu
passaporte no nosso coração como amigo quando a gente sabe que pode contar com
ele e ele sabe que pode contar conosco prá o que der e vier, muito além do que
um simples conhecido faria;
A amizade é mesmo um
feliz encontro de almas! De repente aquele total desconhecido que passava por
nós desapercebido, vai se instalando no nosso coração e, sem mais nem porque,
quando nos damos conta, ficamos felizes sempre que lembramos dele, sentimos
vontade de saber como está, nos preocupamos quando tem algum problema, adoramos
estar estar juntos corremos pra lhe contar as boas novas, desabafamos os nossos
problemas, seguramos as mãos quando estamos com medo, emprestamos o ombro amigo
e nos sentimos mais fortes e e confiantes em termos um ao outro.
Definitivamente, quando chega a esse ponto de reciprocidade, é mesmo um caminho
sem volta : estamos, inevitavelmente, ”Amigados”.
Como disse Milton: “
Amigo é coisa prá se guardar debaixo de sete capas, dentro do coração”, então
não importa se ele mora do lado ou se mora longe, pois se é amigo de fato já
está guardado no coração e vai chegar junto conosco, aonde quer que a gente vá.
Num mundo lotado de ocupações e distrações que muitas vezes nos tiram o foco do que realmente importa, salve a velha troca de afetos com os amigos! Se a vida é feita se escolhas, eu escolhi ser mais feliz cultivando amigos, independente da distância física, que nos separe.
Texto de autoria da escritora Ceiça Schettini, extraído do Jornal A Tarde edição de 14/03/2024
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